Não quero que me ames como me amaste, não quero que me olhes como me olhavas, nem quero que me desejes como desejaste.
Lembra-me somente no teu sorrir... e lembra-me também no teu sentir e no teu sonhar... lembra-me como uma carícia infinda, pois é assim que eu te vou lembrar... devagarinho e suavemente, até o tempo consentir!
Passei pelo blog do José A que desafia quem anda por lá a bisbilhotar. Os meus dez prazeres gratuitos.
. Dormir até tarde... nos dias tristes de Inverno.
. Dar gargalhadas... em tom baixo,médio ou alto, conforme a situação.
. Sair à noite... acompanhada dos amigos e entrar num bar com música ao vivo.
. Sentir o sol misturado com calor... e desfrutar.
. Fumar um cigarro acompanhado de um café... algures numa esplanada na praia
a ver o pôr do sol.
. Dar um belo mergulho... numa piscina ou no mar.
. Tomar um duche bem quentinho... e estar lá o tempo que me for permitido.
. Dar um abraço bem apertado... e senti-lo no coração.
. Ouvir música... de preferência rock, pop e metal.
. Escrever no meu blog... e compreender que estou absoluta e completamente
viciada nele e como tem de haver sempre um bode expiatório, a culpada disto é
a mana ametista.
E agora faço como o José. Quem passar por aqui... se quiser, entre no desafio.
Não gosto de pessoas indiferentes, injustas, cínicas, petulantes, antipáticas, coscuvilheiras, traidoras, traiçoeiras, autoritárias, vaidosas, violentas, egoístas, abrutalhadas, pegajosas, babosas, malcheirosas, desmazeladas, insensíveis, influenciáveis, indecisas, depreciativas e desdenhosas. Todos aqueles cuja maneira de ser contradiga o que acima foi mencionado, eu gosto.
Enquanto escrevi este post comi uns quantos after eight, qual maravilhoso chocolate negro e estaladiço que enleado com o sabor a menta, é francamente divinal. Ajudou a adoçar o amargo do meu sentir.
Quando o Telejornal,o Jornal 2, o Jornal da Noite e o Jornal Nacional não fizerem a sua abertura com - são os piores fogos de todos os tempos e agora as cheias...novo bombardeamento desta vez por parte de Israel, atingindo a Faixa de Gaza e provocando... deu-se hoje um choque frontal entre dois veículos ligeiros, que provocou a morte de... diáriamente morrem crianças em Angola por má nutrição... deu-se esta manhã uma derrocada de um prédio centenário em Lisboa, que causou a morte de... mais um caso de corrupção detectado em ... a igreja mostra-se contra a eutanásia afirmando que a vida é um direito de cada um, mesmo que o sofrimento... - eu compro vários rockets, aqueles cartuchinhos conhecidos como "foguetes", lanço-os, apanho as canas e dou pulinhos de contentamento cheia de felicidade estampada no rosto!
Como tal não vai acontecer, um dia destes deixo de ouvir notícias! Chamem-me ignorante!
Dava tudo p'ra não ver amargura no olhar dos meninos do Universo inteiro, que choram sem saber porquê.
Mas quem sou eu? Tão pequena e abandonada num mundo tão distante da perfeição!
Dava tudo, mas não consigo. E quando não consigo... sinto fraqueza em mim e repulsa por quem pode e não se interessa!!!
Odeio não conseguir!!!
Ainda me lembro daquele dia... estavas atrás de mim com as mãos na minha cintura e a cabeça deitada no meu ombro." Não me vais deixar, pois não"? Tu não me respondeste e deixaste-me. Depois tive saudades dos lugares, dos momentos, das carícias, das gargalhadas e de tudo.
Chorei até secar, cheguei a ver-te onde tu não estavas e procurei-te sem te encontrar. E vindo de ti, só mesmo o silêncio e sempre achei o silêncio o pior dos desesperos. E foi assim... naturalmente , cada um seguiu o seu caminho. Hoje sou feliz, nem tão pouco sei como vai a tua vida... mas quando te recordo e não gosto de o fazer, faço-o com carinho, acompanhado de um obrigada.
Por mim e por ti, tornei-me numa pessoa melhor!!
Aqui há uns bons anos, fui a Paris com três colegas de trabalho. A viagem foi-nos proporcionada pela escola onde trabalhava, a um preço módico e com a Instituição a tratar de tudo, inclusive a marcação do hotel. Lá fomos nós, todas contentinhas a abanar o rabinho de felicidade. A viagem correu bem e finalmente em terra, apanhámos o autocarro p'ro hotel. Quando comecei a olhar p'ras ruas que ia percorrendo e onde a carripana acabou o seu percurso, comecei a sentir o coração apertadito. "Mas... Paris é isto?" As ruelas eram estreitas, velhas, sem nenhum encanto e ainda por cima, meio imundas.
Descemos do autocarro e eis-nos em frente ao hotel, decidindo de imediato ir comprar fruta e iogurtes. Armada em boa, comecei de imediato a treinar o meu francês. "Ao menos isso... ao menos que me sinta na Cidade Luz a falar o meu francês fluente". Eu e outra colega tinhamos facilidade no desempenho da língua, ao contrário das outras duas que utilizavam uma espécie de linguagem gestual tão peculiar, que aquilo era rir até me doerem os zigomas.
Preparávamo-nos p'ra entrar numa lojita que vendia o que pretendíamos e estando ainda nos treinos para fazer o pedido e pagar, eis que o dono que se encontrava à porta abre a boca e diz:"Não vale a pena treinarem o francês. Nós somos portugueses e já vivemos aqui...."
Foi a derrocada! Deixei de o ouvir e quase de o ver, a minha boca escancarada qual peixe fora de água, as minhas ideias num turbilhão. "Não acredito! Que desgraça tão grande! Mas afinal o que é isto? Paris ou Lisboa?"
Quase passada a desilusão toca a entrar no hotel. Nova derrocada! Estávamos cercadas por dezenas de cachopada de excursões, cada um falando a sua língua, aos tropeções em malas e troleys, fazendo lembrar o mercado em dia de lotação esgotada.
Bem, a coisa melhorou no dia seguinte quando fomos passear ao Champ de Mars rumo à Torre Eiffel, interrompendo a caminhada para uma das colegas ir a uma loja comprar não sei o quê. Como nunca mais aparecia fomos ao seu encontro e fomos dar com a pobrezita lavada em lágrimas porque tinha sido enganada no troco( a moeda ainda era o franco) e qual quadro patético, olhava para as moeditas que tinha na mão pedindo encarecidamente a nossa ajuda."Então não ajuda? Esquece lá isso... amanhã já percebemos mais disto." E foi verdade.
O terceiro dia, esse sim, foi o máximo.Yupiii! Eurodisney com elas... agora, Disneyland Paris! Bem, quando entrámos parecíamos umas parolitas, de boca aberta a olhar p'ra aquilo... era tudo tão lindo! Tudo corria sobre rodas, quando nos lembrámos de andar no Space Mountain, a famosa montanha russa, que consiste naquela viagem numa nave espacial hiper possante para ver estrelas cadentes e satélites, em escuridão quase total. "Isto também não deve ir assim a uma velocidade fora do normal ...e bolas já sou crescidinha".
Qual velocidade, qual quê! Que ideia disparatada! Quando aquilo disparou e começou a acelerar, não sei se vos diga se vos conte.Foi uma viagem interminável, de olhos fechados e boca aberta, a berrar a plenos pulmões, enquanto a amiga que ia a meu lado gritava aos meus ouvidos que nem uma desalmada "Grita, Guida, grita"...E bem que lhe obedeci. E as estrelas e satélites, viste? Também não. Mas o resto do dia, foi fantástico.
Na última noite e para despedida resolvemos ir a um piano bar,Le Ciel de Paris, situado no 56º andar do edifício mais alto da cidade - Tour Montparnasse. A vista da cidade toda iluminada era soberba, sem dúvida . Pedimos uma coca-cola p'ra cada uma e para terminar em beleza a nossa estadia na Cidade Luz, quando foi p'ra pagar até nos faltou o ar - mil e cem paus por cada cola( isto em 1997). Toma lá que é p'ra aprenderem!!!
A quem teve coragem de ler este testamento, tiro-lhe o meu chapéu. E logo eu, que não sou apologista de posts extensos!
Quando entro na casa da avenida, que tem em frente a pérgula e o rio de águas mansas que vão correndo ao sabor do vento... quando entro na casa da minha infância, corro ao seu encontro. Está sentada no seu maple favorito, a ver o seu canal de eleição - o odisseia - e dou por mim a olhá-la com um carinho e um amor infindos. E vêm-me à memória aquelas tardes em que me contava histórias...da sua vida, da sua beleza invulgar, dos momentos tão felizes que viveu, do imenso amor que partilhou com o meu avô, que tão cedo e de forma cruel a vida fez desaparecer.
Senhora em toda a sua plenitude, mãe, Avó, amiga...e depois continuo a olhá-la... o cabelo já branco, os olhos de um azul celeste, os seus oitenta e nove anos, a sua força de viver incomparável. Que mais poderei dizer? Que a vou adorar incondicionalmente... hoje e sempre!
Dedicado à minha querida avó Madalena
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