Ela veio de longe feliz e com um brilho no olhar. Ao chegar correu de encontro às duas amigas que a esperavam com alguma ansiedade e alegria. Parecia quase surreal sair da vila que a acolhia no dia a dia e percorrer todos aqueles quilómetros para passar uma noite... aquela que é considerada especial por ser a última. Após a euforia do reencontro, sucederam-se os abraços e cumprimentos da praxe. Dirigiram-se então à velhinha praça da cidade agora restaurada e encantadora tendo como vista principal o imponente castelo iluminado. Iriam juntar-se a outros onze e enquanto aguardavam a sua chegada, sentaram-se em volta da mesa do café e entre martinis e cigarros para todos os gostos surgiram mais uma vez as confissões que aos poucos iam sendo silenciadas à medida que ia chegando quem faltava para o jantar daquela noite... a última do ano.
Estando os catorze acomodados confortavelmente no restaurante do hotel da velhinha praça, sucederam-se as conversas, os sorrisinhos,os olhares cúmplices,as piadas, as gargalhadas e os brindes... ai os malandros dos brindes que pareciam não ter fim. Após um jantar bem animado dirigiram-se os catorze para a praça molhada e gélida para brindar mais uma vez ao novo ano que começava. Brinde a isto, brinde aquilo, brinde ao aqueloutro rumaram finalmente ao acolhedor café concerto situado bem juntinho à velha marisqueira que ainda hoje guarda no mais profundo silêncio, as confissões de uma noite fria e chuvosa. E foi naquele lugar aprazível que passaram o resto da noite... a rir, a conversar, a cantar, a pular e a dançar ao som das saudosas músicas dos anos oitenta, anos que já consideramos tão distantes
Foi uma noite como tantas outras mas que teimamos em considerar especial por ser a última.
E esta foi especial... muito!Pura e simplesmente por ter sido com quem foi!
Imagens retiradas de Google