Hoje fui visitar o meu amigo Zé na esperança de o encontrar melhor. E saí com a esperança a escapar-se-me por entre os dedos. Dele, apenas senti o apertar da sua mão na minha num gesto instintivo ou coincidente. Fugi daquele quarto com uma sensação de impotência incontrolável. Passei pelo átrio em silêncio e em silêncio dirigi-me para o exterior. Tomei a direcção do meu carro e parei... acendi um cigarro e olhei à minha volta. Observei as pessoas, olhei o sol, senti o vento tocar-me o rosto e um turbilhão de pensamentos trespassou-me a alma.
Quantas vezes ficamos enraivecidas porque não há o número daquele vestido lindo que sorri para nós naquela montra, tantas vezes chorámos pela perda de um grande amor, tantos acessos de raiva porque temos um pneu furado e não sabemos o que fazer, tanta vontade de dizer um chorrilho de asneiras porque acabámos de entornar o café em cima das calças brancas acabadas de estrear e mais um acesso de raiva quando partimos aquela peça favorita que enfeitava o móvel lá de casa...
Todas estas pequenas coisas, comparadas com o querer olhar e não poder, querer falar e não conseguir, querer tocar e não sentir... são meras insignificâncias!
De José A a 24 de Junho de 2009 às 00:21
São autênticos testes á nossa existência...
Imagino o que sentes e acredita que desde que saí da situação que já conheces, penso assim também... damos valor demasiado ao que tem pouco valor.
Este post mostra que tu és um ser humano maravilhoso...
Não deixes que a esperança te fuja... sabes que até ao fim, pode haver um retorno...
Não deixes de ter esperança...
De
ónix a 24 de Junho de 2009 às 21:13
Meu querido amigo
Reconfortantes as tuas palavras e acredita que tenho pensado muito em ti e no que te aconteceu... a esperança ainda não morreu mas penso que será complicado recuperar... tenho momentos em que deixo de acreditar, tenho outros em que acredito. Vamos deixar passar o tempo... só ele poderá ditar o futuro. Queria muito que ele um dia pudesse ler as palavras que lhe dediquei... era bom sinal. Obrigada pelo elogio, mas olha que também tenho defeitos como todos nós.
Imensamente grata pela força que me dás e pelo exemplo de vida que és.
Beijinho grande
É nestas ocasiões que sentimos como somos pequeninos e tantas vezes mesquinhos. E como as coisas têm um significado ou uma importância diferente.
Mas tudo é importante... tudo fez ou faz parte do ser humano. Podem ser retalhos, ou mantas...é a vida, a nossa vida!
Quando vivemos perto do abismo, quando o momento é de angústia, quando somos impotentes em mudar o impossível a nossa raiva vai procurar a culpa e vai em busca de respostas que nunca antes havíamos colocado.
Afinal, as calças brancas manchadas de café, não passavam de meros trapos substituíveis. Afinal…Afinal…As pessoas… Os nossos amigos… Esses…Sim esses, são importantes e nada os pode substituir!
Não te sintas culpada ou triste. Sempre que o fores ver veste as tuas melhores calças a tua melhor blusa e sorri para que a tua beleza passe através da tua mão e chegue ao coração de quem te rodeia.
Beijos para ti e a qualidade possível para o teu amigo.
De
ónix a 24 de Junho de 2009 às 21:20
Escreves tão bem, amiga flor.
Tens a capacidade de deixar aqui o pessoal com uma lagrimita ao canto do olho. E tão verdadeiras são as tuas palavras comoventes.
Agradeço a tua força e sim, sempre que o visitar quero que através da minha mão ele sinta que estou lá.
Beijinhos muito grandes para ti. Obrigada...
Desculpa a invasão... ainda por cima porque o que venho dizer nem tem nada a ver com o post...
Tenho um desafio para ti no meu blogue... passa lá!
De
ónix a 26 de Junho de 2009 às 22:38
Invasão? És sempre bem vinda, Fátima.
E obrigada por me desafiares mas acho que prefiro o outro... o desafio M. no meu caso, o desafio F. no teu.
Bjinhos
De
spectrum a 26 de Junho de 2009 às 21:23
As coisas verdadeiramente importantes não custam dinheiro, Gui.
O ser humano perdeu algures o sentido da vida, das prioridades, das pequenas coisas que nos fazem de facto felizes. "Insónias e Afins" é um livro existencialista que busca respostas.
Estou certo que fazes as escolhas certas, Gui. Nada tem importância ante a vida. Nada.
Beijos e força
De
ónix a 26 de Junho de 2009 às 22:43
Olá A.
Como sempre pensas e escreves as palavras certas.
E como já te disse estou a adorar o teu livro "Insónias e Afins". Escrito de forma profunda e com uma sensibilidade invulgar.
E desde já te digo que depois quero comprar o "Sonhos Submersos", sim???
Beijinhos e mais uma vez obrigada por passares por aqui.
De
spectrum a 26 de Junho de 2009 às 23:45
Eu ofereço-te "Sonhos Submersos" com prazer. Aguardo apenas a data de lançamento. Está prometido e um "não" teu não é opção.
Obrigado pelas palavras elogiosas ao livro, embora imerecidas.
Beijinhos
De
ónix a 27 de Junho de 2009 às 00:04
Assim vou ficar zangada contigo... faço questão de comprar o teu próximo livro... e não digas que não. Quero comprar, pode ser? Já sabia que ias dizer que sim... quanto aos elogios, são sinceros. Imerecidos? Nem pensar!!
Abraço
De
Ametista a 26 de Junho de 2009 às 23:58
Toda a verdade, minha querida Ónix...
Só quando vivemos determinadas situações é que conseguimos compreender o verdadeiro valor das grandes coisas...
Para quê as tais insignificâncias? Não vale a pena, se a vida vale tanto... afinal, é tão curta e quando menos esperamos tudo muda... mas também há milagres...
Apesar de perturbada com esta situação deveras angustiante, ainda consigo acreditar que um dia destes o sol vai entrar na vida do nosso amigo...
Tens uma alma e um coração grandes...
Adoro-te, manuska
De
ónix a 27 de Junho de 2009 às 00:07
Olá queriducha
Já estava com saudades de te ter por aqui... e sim, tens razão... a vida é tão curta. Quanto ao acreditar na entrada do sol na vida do amigo Zé.. vou acreditando...devagarinho.
Continua a recuperar, mana e obrigada pelo teu comentário.
Bjinhos, muiiitos
Olá querida Ónix.
De facto é necessário passar por situações dificeis, para vermos como há coisas insignificantes. Mas por outro lado, vemos também como há coisas lindas, a que não dávamos importância.
Tens de continuar a ter esperança, o aperto de mão é já um sinal.
Desejo tudo de bom.
Beijo no coração.
De
ónix a 30 de Junho de 2009 às 21:21
Olá querida amiga
Obrigada pela tua passagem por aqui e pelas tuas palavras reconfortantes. Continuo a ter esperança e hoje ainda mais, depois de o ter visitado e tê-lo ouvido pronunciar o meu nome.
Beijinhos grandes para ti e que sejas muito feliz.
Que bom, querida amiga Ónix.
Ouvir o teu nome na boca do teu amigo.... que sensação boa.
Também fiquei contente por saber que as perspectivas de melhoras são cada vez maiores.
Beijinhos grandes.
De
ónix a 1 de Julho de 2009 às 00:05
Nem imaginas a emoção, amiga gota. Fiquei assim estupefacta e ao mesmo tempo tão feliz. Agora é esperar para ver... se a recuperação será completa.
Beijinhos, querida amiga.
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