Não consigo escrever, anda fugida a inspiração. Carrego nas teclas que escrevem os meus desabafos e apago e volto a carregar para voltar a apagar. E depois desiludida, fecho-as num movimento brusco e sinto aquela vontade imensa de escrever e quero agarrar as palavras mas elas escapam-se-me por entre os dedos soltando gargalhadas de loucura. E eu numa corrida desenfreada continuo a persegui-las e elas perseguem-me a mim, uma aqui outra ali, sem ordem e sem sentido, levando-me à exaustão. Deixo fluir o tempo e quando elas regressam na calmaria de um fim de tarde soalheira, eu sorrio feliz, porque quando escrevo esqueço tudo e quando esqueço tudo sinto-me apaziguada. Carrego nas teclas sem apagar e elas sucedem-se submissas, escritas com ternura desmedida e com aquele sentido que só eu lhes sei dar.
De
ónix a 29 de Janeiro de 2012 às 01:24
Olá João
Eu nunca quis desistir...fico ausente de vez em quando. Mas adoro escrever e amo este blog. Já vi que anda a ler o blog de fio a pavio. Este post que transcreve foi dos primeiros que escrevi.Obrigada por me continuar a ler e pelas palavras sempre amáveis e sinceras.
Beijinho e que esteja a recuperar deste frio. Temos de lhe dar um pontapé.
De artesaoocioso a 31 de Janeiro de 2012 às 21:42
Sou leitor dedicado e deliciado.
Do frio e do que está para vir nem falo.
Abraço
De
ónix a 1 de Fevereiro de 2012 às 00:02
Obrigada. O frio que aí vem já me está a assustar. Nem quero pensar. Quanto ao João, penso que pode ficar em casa no quentinho, agora eu tenho de me levantar cedo para trabalhar. Pelo menos na sexta. Brrrrr...
Bjinhos
De artesaoocioso a 1 de Fevereiro de 2012 às 23:24
É verdade, posso ficar no quentinho, olhar de soslaio para o despertador e virar-me para o outro lado, privilégio de ser velho.
Torres Novas é uma cidade mais fria do que Lisboa (a poluição que envolve Lisboa funciona como efeito de estufa) e lembro-me também do frio que aí passei.
O inverno de 1.954 ou 1.955, provavelmente a Margarida ainda não tivesse nascido, foi particularmente frio, com muito granizo e naquela época a roupa (ainda não havia vestuário...) não era tão cómoda e variada como hoje.
Quando chegar a amostra do siberiano talvez não saia de casa (outro privilégio), chá e roupa reforçada serão as principais medidas anti-frio. Se fosse mais novo recorreria ao Porto seco e ao Moscatel de Setúbal (recomendo-lhe esta receita) mas agora não posso ter esses luxos.
Beijinhos.
De
ónix a 5 de Fevereiro de 2012 às 20:46
Estudei em Lisboa e acho que as temperaturas de ambas não diferem muito. Não, não era nascida em 1955. Gosto de Moscatel, não gosto de Porto e dispenso o chá. Temos de suportar este frio por mais uns dias, Brrrrr
Bjinhos
Comentar post