Sexta-feira, 20 de Julho de 2012
Ela esperava-o como sempre junto ao portão vermelho, não importava se fazia chuva, se fazia sol. O corpo bem delineado inquietava-se se ele tardava. E quando ele aparecia no seu corpo magro assim surgido do nada, o sorriso dela, ai o sorriso dela, tinha a capacidade de iluminar o breu da noite mais invernosa. Impensável seria não darem aquele abraço apertado que os fazia sentirem-se pertença um do outro. E de mão dada seguiam avenida fora por entre confissões e juras de amor tendo como cúmplices os castanheiros que gemiam à sua passagem. No regresso, ele deixava-a contra vontade junto ao portão vermelho e dando-lhe aquele abraço que só os dois conseguiam sentir e entender, pedia-lhe o sorriso e murmurava-lhe palavras de amor eterno. Não queria regressar ao lar, queria ficar ali a bebê-la com o olhar, a dizer-lhe palavras loucas, a passear a mão atrevida pelo seu corpo esguio. Ela dava-lhe o sorriso pedido e também queria ficar. Mas a razão falava mais alto. Separavam-se com a promessa do reencontro no dia seguinte, e no outro dia e ainda no outro a seguir.
Está agora encostada ao portão vermelho, sozinha com a cumplicidade dos castanheiros. Já se contam no rosto algumas rugas que o tempo foi deixando. O corpo inquieta-se, sabe que ele não vem. Observa as velhas árvores desinsofridas, deviam dizer-lhe por onde anda o seu amor. Não obtém resposta, olha para dentro de si e admira a mulher em que se transformou. Sorri sem pensar, ai o seu sorriso, se ele o pudesse ver...
De pimentaeouro a 23 de Julho de 2012 às 05:36
Esperado regresso ao blogue. Talvez exista sempre um regresso...
De
ónix a 24 de Julho de 2012 às 16:51
Olá João
De acordo... há sempre um regresso. Beijinhos e que a saúde esteja regularizada.
De
efoi a 23 de Julho de 2012 às 14:34
A memorias por vezes são como os trapos... parece que não nos servem para nada ainda assim não conseguimos nos desfazer delas!
Bjinho!
De
ónix a 24 de Julho de 2012 às 16:52
Olá P.
Pois, o problema é esse. Mas a vida é mesmo feita de memórias...umas boas outras nem por isso.
Abraço para ti
De
Natacha a 26 de Julho de 2012 às 11:42
Todas as memórias são parte constante da nossa vida. Não adianta querer arrancar as más e ficar só com as boas, mais vale ir treinando a aceitação de o que já foi não volta a ser... com respeito e carinho, sempre, pelo passado...
beijo, Ónix:)
De
ónix a 29 de Julho de 2012 às 22:17
Plenamente de acordo, Natacha.
Muitos beijinhos
Muito cinematográfico, estilizado. Gosto!
Bjões!
De
ónix a 29 de Julho de 2012 às 22:18
Thanks!!! Grande abraço para ti!
Olá minha amiga, espero que estaja tudo bem contigo
Mas porque será que sempre que aqui venho fico encantado?? Está soberto o teu texto, simplesmente espectacular, até me arrepiei...o seu amor está dentro do coração dela para sempre...por isso é que se diz que o amor é eterno...
Beijinhos
De
ónix a 14 de Agosto de 2012 às 19:01
Olá Pedro
Obrigada pelas palavras... por aqui está tudo bem. Que estejas bem também. Bjinhos para ti e para a mana.
Olá querida amiga,
Espero que estejas bem.
É sempre muito bom passar por aqui.
Que bela história de amor tu nos contas, mas ao mesmo tempotão triste. O meu romantismo leva-me sempre a acreditar em finais felizes.
Beijinho grande
De
ónix a 28 de Agosto de 2012 às 19:17
Alô, alô
Por aqui tudo ok embora com pouca vontadebo de escrever... o calor e o mar têm este efeito.
É sempre bom acreditar em finais felizes e manter a onda positiva.
Muitos bjinhos para ti.
De
Ametista a 30 de Agosto de 2012 às 03:23
Ler esta história e ouvir a música de fundo é imensamente enternecedor.. e cai uma lágrima, pois claro..
Saudosismo, nostalgia? Porque tudo acaba?
Minha querida, as tuas palavras encantam..
Um beijinho assim, do tamanho do mundo. @doro.ti
P.S. Temos de estar mais presentes por aqui. Este nosso mundo faz-nos falta, não concordas?
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