Ela esperava-o como sempre junto ao portão vermelho, não importava se fazia chuva, se fazia sol. O corpo bem delineado inquietava-se se ele tardava. E quando ele aparecia no seu corpo magro assim surgido do nada, o sorriso dela, ai o sorriso dela, tinha a capacidade de iluminar o breu da noite mais invernosa. Impensável seria não darem aquele abraço apertado que os fazia sentirem-se pertença um do outro. E de mão dada seguiam avenida fora por entre confissões e juras de amor tendo como cúmplices os castanheiros que gemiam à sua passagem. No regresso, ele deixava-a contra vontade junto ao portão vermelho e dando-lhe aquele abraço que só os dois conseguiam sentir e entender, pedia-lhe o sorriso e murmurava-lhe palavras de amor eterno. Não queria regressar ao lar, queria ficar ali a bebê-la com o olhar, a dizer-lhe palavras loucas, a passear a mão atrevida pelo seu corpo esguio. Ela dava-lhe o sorriso pedido e também queria ficar. Mas a razão falava mais alto. Separavam-se com a promessa do reencontro no dia seguinte, e no outro dia e ainda no outro a seguir.
Está agora encostada ao portão vermelho, sozinha com a cumplicidade dos castanheiros. Já se contam no rosto algumas rugas que o tempo foi deixando. O corpo inquieta-se, sabe que ele não vem. Observa as velhas árvores desinsofridas, deviam dizer-lhe por onde anda o seu amor. Não obtém resposta, olha para dentro de si e admira a mulher em que se transformou. Sorri sem pensar, ai o seu sorriso, se ele o pudesse ver...
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