Será que algum dia vais voltar? Volta, meu querido, nem que seja para apaziguares por instantes este medo da tua ausência.
Se me voltasses a sussurrar ao ouvido aquelas palavras que só tu sabias dizer, eu não iria aguentar. Não sei o que te diria, acho que nada, mas decerto lágrimas de uma grande saudade cairiam copiosamente pelo meu rosto. Depois viria o silêncio e eu deixar-me-ia embalar em ti.
Ainda e sempre... lembras-te?
Hoje dei por mim a pensar em ti e achei que te penso bem menos do que devia. Recordei a tua imensa alegria de viver, a maneira despreocupada como encaravas a vida, o teu riso contangiante, a tua maneira de dançar, a tua tão grande sapiência. Absorvias cada pedacinho de vida, cada molécula de oxigénio, cada brisa leve que soprava. Naquela tarde fixaste-me e disseste-me, és uma mulher interessante, e depois tiraste-me uma fotografia. Ainda hoje descansa numa moldura do móvel cá de casa. Relembrei as conversas que tivémos e reflecti que não houve tempo para tornar mais sólida a nossa amizade. E recordei as tuas últimas palavras... não as vou dizer, são escuras e silenciosas.
Não quero de todo que este seja mais um post triste, não irias gostar, eu sei.
Brindo então a ti e sempre que olhar o céu nas noites em que a saudade magoar, vou saber que a estrela mais resplandecente és tu, que me protege e brilha especialmente para mim!
Em memória do Nuno